quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sonhos Frustrados - porque os valores postulados acabem não sendo implantados

Motivo 01 - Os valores firmados não são os valores verdadeiros - outro valor é o valor real.
  • “Todo membro é um ministro” pode ser um valor postulado* - porém a igreja, na verdade, valoriza profissionais exercendo o ministério.

Motivo 02 - As estruturas antigas desenvolvidas para implementar os valores, transformaram-se em valores.
  • A Escola Sabatina foi uma estrutura desenvolvida para implementar o valor do estudo da Bíblia. Mas, hoje ela se tornou o valor!
  • O coral foi uma estrutura desenvolvida para implantar música na adoração. Mas, o coral firmou-se como valor!

Motivo 03 - Não existe estrutura apropriada para implementar os valores postulados.
  • Eu posso valorizar o evangelismo, mas não tenho uma estrutura para fazer o que realmente valorizo.

Motivo 04 - Dois bons valores não recebem a mesma ênfase: um valor neutraliza o outro.
  • Uma igreja valoriza a o culto de adoração e o a vida em pequenos grupos. Entretanto, o culto de adoração recebe a maioria do tempo e dos recurso. A vida dos pequenos grupos fica neutralizada.

Motivo 05 - Insatisfação e compromisso não tem ainda gerado ação.
  • Inovadores não estão ainda insatisfeitos o suficiente com os velhos valores. Faltam atitudes para comprometerem-se com a implantação de novos valores.

Motivo 06 - Não existe um conjunto norteador de princípios para organizar, integrar e dirigir os bons valores.
  • A igreja opera cada valor por meio de uma estrutura independente e de departamentos separados, necessitando uma integração de princípios para formar valores dentro de umaestratégia de implementação.

* Postolado = proposição que se admite sem demonstração
* Proposição = ato ou efeito de propor

O Duplo Contexto da Igreja Primitiva

      A idéia de reagrupar a vida da igreja em torno de casas tem tido defensores através dos séculos.

      Desde o nascimento do movimento cristão, os primeiros cristão se encontravam: “dia a dia, no templo” na reunião de toda congregação e também “nas suas casas”, comendo com alegria e coração humilde, louvavam a Deus e eram estimulados por todos. (At 2.46-47; 5.42; 20.6-11; Hb 10.23-25)

       Não deveria causar-nos surpresa que a “igreja nas casas”, tornou-se um fator crucial no desenvolvimento de fé cristão!

Como a Igreja Primitiva funcionava:


Por que a Igreja Primitiva se Reunia em Casas?

Por serem poucos...? Por serem perseguidos...? Por não terem recursos...?

       “A dinâmica que fez da igreja primitiva uma comunidade de fé vital e efetiva têm suas raízes  nas casas. É uma noção errada concluir que o único motivo da comunidade apostólica ter desenvolvido igrejas nos lares deveu-se ao fato de ser uma minoria perseguida e, por isso mesmo, não poderia tornar-se pública em sua expressão institucional. Na verdade a igreja primitiva foi um testemunho público, apesar de ser perseguida...

        Paulo era fazedor de tendas e ele, sem dúvida, poderia ter construído algum tipo de tenda, talvez utilizando o modelo do tabernáculo, no qual desenvolveria o seu ministério, especialmente em Éfeso, onde permaneceu por dois anos. Aparentemente isso nunca lhe ocorreu. Era algo inteiramente estranho para o modo como ele e os cristãos primitivos pensavam a respeito da igreja. A igreja eram as pessoas... em primeiro lugar, em último e sempre”(Dubois, Home Cell Groups and House Churches. p.64, 67)

Como era o Cristianismo Primitivo?

      “É muito difícil vizualizarmos o cristianismo primitivo. Com toda certeza ele era muito diferente do cristianismo hoje. Não havia prédios imponentes... não havia hierarquia... não havia seminários teológicos... não havia faculdades cristãs... não havia escola sabatina... Não havia corais... conjuntos... Havia apenas grupos pequenos de crentes... pequenas comunidades...

       No início não havia nem mesmo um Novo Testamento. O próprio Novo Testamento não era a causa  destas comunidades, mas o resultado dela. Assim, os primeiros livros do Novo Testamento foram cartas escritas para essas comunidade, por causa de suas dificuldade, perigos e tentações. Tudo o que tinham era a comunhão; nada mais; nenhuma posição; nenhum prestígio; sem honra... Os cristãos primitivos não eram pessoas de posição; mas havia um poder secreto entre eles, e este poder secreto era resultado do modo pelo qual eram membros uns dos outros.” (Elton Trueblood, The Youke of Christ. p. 25)

       “Os nazarenos se encontravam nas casas uns dos outros dia após dia para uma refeição em comum, durante a qual relembravam Jesus, com gratidão, enquanto partilhavam o pão e o vinho. Nessas reuniões, aqueles que tinham estado com Jesus recontavam suas memórias e introduziam os outros aos seus ensinamentos. Em público, proclamavam aos seus concidadãos as boas novas do ato divino realizado por meio do Messias. A entrada nesta nova comunidade acontecia solenemente pelo batismo “no nome do Senhor Jesus”; esse batismo os destacava como sendo parte do seu povo. Eles se encontravam para orar em grupos e também participavam das orações no templo. Nos primeiros dias eles vendiam suas propriedades e, aqueles que estavam em necessidade, recebiam suprimento desse fundo comum. (F.F.Bruce, The Spreading Flame. p. 74)

O Plano de Ação Original da Igreja

       “Ao compararmos as igrejas atuais à sua cópia original, fica flagrantemente evidente que muitos desvios foram permitidos, os quais empobreceram a vida da igreja. Com o passar dos séculos, a igreja foi gradualmente se afastando  das provisões mais comuns que a tornaram uma potência poderosa e dinâmica nos primeiros anos de existência e permitiu que distorções terríveis a invadissem, fazendo-nos sofrer grandemente ainda hoje.

       O Pensamento popular se apegou a um prédio como sendo o símbolo identificador da igreja e a ênfase foi colocada em grandes e imponentes estruturas e sólidas catedrais. No início, “trabalhar na igreja” significava utilizar um Dom ou exercer um ministério entre os cristãos onde quer que estivessem. Mas, lentamente passou a se tornar uma atividade religiosa dentro de um prédio...

       Além disso, essa distorção resultou em uma igreja tristemente empobrecida, que tem tido pouco impacto sobre o mundo e que se recolhe cada vez mais em um impotente isolamento. Não há nada mais imprescindível do que voltar à dinâmica da igreja primitiva.

        Não podemos continuar a defender nossas tradições engessadas que não abrem espaço para este modelo neotestamentário. Os pastores, em particular, devem devolver às pessoas o ministério que lhes foi tirado, com a melhor das intenções.” (Ray Stedman, A igreja corpo vivo de Cristo. p. 78)

A Parábola da Igreja de Duas Asas


Era uma vez uma igreja criada com duas asas. Uma asa era para a celebração em grupos grandes e a outra para a comunidade em grupos pequenos. Utilizando ambas as asas, a igreja conseguia voar alto e a se aproximar da presença de Deus e ainda sobrevoar graciosamente toda a terra, preenchendo o propósito do Criador.

Um dia, uma inciumada e malvada serpente, que não tinha asa alguma, desafiou a igreja a voar apenas com a asa do grupo grande. A serpente aplaudiu efusivamente quando a igreja conseguiu levantar vôo (mesmo que de forma desajeitada) e a convenceu  de que, com muito exercício, ela conseguiria voar utilizando apenas uma asa.  Enganada desde aquele dia, a igreja de duas asas começou a se satisfazer com apenas uma asa. Isto aconteceu durante o reinado de Constantino, 300 anos depois do Criador ter usado a igreja de duas asas para frustrar os planos da serpente malvada que não tinha asas.

A asa do grupo pequeno se tornou cada vez mais fraca por causa de exercício até atrofiar e tornar-se um apêndice sem vida e sem utilidade ao lado da asa exagerada do grupo grande. A igreja de duas asas que havia planado nas maiores alturas se tornou agora uma igreja de uma asa, um pouco melhor do que a serpente malvada que não tinha asa alguma.

O criador da igreja ficou muito triste. Ele sabia que o projeto das duas asas permitia a igreja voar aos céus, até à sua presença e obedecer os seus comandos na terra. Agora, com apenas uma asa, a igreja tinha que fazer um esforço extra para conseguir levantar vôo. Mesmo dando um jeito de permanecer alada, ela tendia voar em círculos não muito longe do seu ponto de partida. Gastando mais e mais tempo na segurança e no conforto da sua gaiola, ela ficou gorda, preguiçosa e satisfeita com sua vidinha terrena.

De vez em quando, a igreja lembrava que já havia voado com duas asas e sonhava com a possibilidade de fazê-lo novamente. Mas agora a poderosa asa do grupo grande se tornou tão dominante que não aceitava nenhum tipo de auxílio da asa mais fraca. Era tarde demais...

Mas a criador daquela primeira igreja, quer fazer da sua sua igreja uma igreja de duas asas. Para que ela possa ser capaz de voar até a sua  presença e sobrevoar a terra cumprindo os propósitos dele.

TWYLA BRICKMANN

Pequenos Grupos na História

A. No Velho Testamento:
  • Moisés (Êx 18.13-23)
    • Quando Moisés estava sobrecarregado com a tarefa de liderar o povo de Israel, seu sogro Jetro sugeriu um plano providencial. Cada indivíduo no acampamento de Israel pertenceria a um grupo de 10, dirigido por algum oficial.
B. No Novo Testamento:
  • Jesus Reuniu os Doze (Mc 3.13-15)
    • Cristo organizou o Seu plano-mestre de evangelismo, em torno do treinamento de 12 homens, partilhando a Sua vida com eles. Ele não construiu a Sua igreja com as multidões que O seguiam, mas com um pequeno grupo. E os 12 continuaram o processo de multiplicação.
  • Jesus separava os Discípulos em Grupos (Mc 9.2)
    • Cristo tomou os três discípulos Pedro, Tiago e João e os levou para o alto da montanha. O Seu ministério considerava o treinamento em pequenos grupos.
  • No Dia do Pentecostes (At 2.2)
    • Espírito Santo foi concedido a um grupo que se reunia em uma casa.
  • Igreja Primitiva (At 2.46; 5.42 e 20.20)
    • O povo de Deus continuava a se reunir no templo e em seus lares, e o Senhor acrescentava o número dos salvos diariamente.
  • Outros Exemplos
    • A igreja-casa de Priscila e Áquila (Rm 16.5)
    • A igreja-casa de Ninfa (Cl 4.15)
    • A igreja-casa de Filemon (Fm 1.2)
C. Na Idade Média:
  • No Período de Constantino

    • “No ano 313 A. D., o cristianismo se tornou uma religião nacional sob a liderança do imperador romano Constantino. O cristianismo deixou de ser uma religião ilegal que adorava nas catacumbas e nos lares para uma era de grande popularidade. Grandes catedrais em Constantinopla, Belém e Roma começaram a ser construídas... As igrejas nos lares desapareceram... resultando no declínio do crescimento numérico e espiritual”. (Home Cell Groups and House Churches by Hadaway Dubose and Wright pp 42-43)

  • Os Valdenses

    • “Os valdenses que desejaram retornar ao modelo escriturístico de fé e prática... se reuniam em adoração e companheirismo de maneira simples em seus modestos lares”. (Ibid.,  45-46)

D. No Período da Reforma:

  • Gutemberg

    • Em 1456, a Bíblia de Gutemberg saiu do prelo. Pequenos grupos começaram a se reunir novamente nos lares para estudar a Palavra.

  • Lutero

    • "Aqueles que seriamente querem ser cristãos e confessar o evangelho em obras e palavras deveriam registrar seus nomes e se reunirem nos lares... No entanto, eu não posso e não desejo estabelecer ou organizar tais congregações, porque ainda não tenho pessoas para isto. Eu não vejo muitos que pedem por tal coisa.” (Parish Renewal at the Grassroots by Prior, p. 18)

  • Anabatistas

    • Os anabatistas que não tinham templos se reuniam nos lares para o culto e comunhão espiritual.

E. Na Pós-Reforma:

  • João Wesley

    • “João Wesley pregou a milhares de pessoas ao ar livre... mas Wesley viu que não era suficiente apenas pregar, ele teve de encontrar um meio de manter o céu no coração do seu povo. O Senhor dirigiu Wesley a desenvolver as Classes Metodistas. Esses grupos que se reuniam nos lares providenciavam: estudo da Bíblia, oração e companheirismo. Os grupos alcançavam o máximo de 12 pessoas, e a partir daí se dividiam para iniciar novo grupo.”

F. Pioneiros Adventistas:

  • Desapontamento em 1884

    • A Igreja Adventista do 7º Dia nasceu na tragédia e desapontamento. Após 1844, na confusão da dispersão de muitos que deixaram a fé, eles se reuniram para orar e estudar nos lares, celeiros e cozinhas. Às vezes, eles oravam por toda a noite.

  • Ellen White

    • “A apresentação de Cristo em família, e em pequenas reuniões em casas particulares é muitas vezes mais bem sucedido em atrair almas para Jesus do que sermões ao ar livre... ou mesmo em salões e igrejas.” (OE. 193).

    •  “A formação de pequenos grupos como base do esforço cristão é um plano que tem sido apresentado diante de mim por Alguém que não pode errar.” (TS. 84)

    • “Se há na igreja grande número de membros convém que se organizem em Pequenos Grupos a fim de trabalhar não apenas pelos membros da igreja mas também pelos indivíduos.” (SC. 72)

G. Exemplos do Período Moderno:

  • Paul Yonggi Cho (Full Gospel Central Church, em Seoul, Coréia)

    • Em 1980, o número de membros alcançou 500.000 em mais de 50.000 pequenos grupos

  • Dale Galloway (New Hope Community Church, Portland, Oregon)

    • Em 1986, o número de membros alcançou 5.000 e 450 pequenos grupos.

  • IASD (Filipinas)

    • Nas Filipinas onde o número de membros da IASD explodiu de 75.000 em 1960 para 275.000 em 1988, a igreja se organizou em Unidades de Ação. As classes da Escola Sabatina, funcionam como estruturas de Pequenos Grupos, designando um certo território para cada grupo, onde homens e mulheres podem exercitar seus dons visando um alvo comum.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Momento da Edificação - facilitando o aprendizado

Aprendendo sobre o Momento de Edificação

Dos quatro módulos sugeridos de uma reunião, o momento da edificação é o mais significativo.  É nesta hora que Deus irá revelar aos seus filhos a sua vontade através de sua Palavra. A tarefa do líder é facilitar o aprendizado afetivo para que haja mudança de valores. Ao abrir o texto, Deus se revelará usando experiências cotidianas dos membros sendo possível a edificação e a exortação uns dos outros.

1.    Os TRÊS modos que as pessoas aprendem:

O primeiro e o mais usado é o cognitivo – pensamento, ensino. A figura mais propícia seria a de um professor na sala de aula usando os seus livros. A ênfase é o conhecimento, para se aprender se faz necessário à lógica.
O segundo seria o uso de modelos – observação, sentimento. O foco principal são os valores. A comunicação estabelecida é por meio da demonstração.
Por último, o uso da aplicaçãofazer, sair. Método experimental, não lógico. A estratégia usada se baseia na repetição e na prática. O foco está nas habilidades.
Numa reunião de edificação bem sucedida estes três modos de aprendizagem devem ser explorados.

2.    A preparação física para o Momento da Edificação
·         Formação circular na sala.
·         Evitar distrações (desligar o celular, prender o cachorro).
·         Certificar-se que há iluminação suficiente para a leitura da Bíblia e se há ventilação.

3.    Dicas para o Estudo
·         Facilite a aprendizagem, não ensine.
·         Centralize na passagem bíblica; não discuta o sermão do pastor. (quando usar o tema do sermão do sábado).
·         Dê oportunidade a todos.
·         Faça perguntas abertas.
·         Responda perguntas com perguntas.

4.    Como Facilitar o Estudo

a)  Habilidades de atenção – “atenção” significa apresentar-se fisicamente de modo a demonstrar que se está prestando atenção.
·         Encarar os membros.
·         Manter contato visual.
·         Demonstrar interesse pelas pessoas.
·         Evitar comportamento distrativo.
·         Interessar-se pelo que dizem.

b)   Habilidades de observaçãoajuda a avaliar a efetividade da discussão
·         Sorrir ou balançar a cabeça pode significar entusiasmo ou compreensão
·         Bocejos, olhos vidrados, olhar o relógio sugere tédio.
·         Franzir as sobrancelhas ou coçar a cabeça indica confusão.

c)    Habilidade de Ouvir
·         Ouvir o significado além das palavras
·         Ouvir é diferente de escutar, que é meramente o registro da mensagem de outra pessoa
·         Responder ao significado (“Você quer dizer que…”) e aos sentimentos (“Você sente que…”).
·         Perguntar para esclarecer as palavras, ou usar paráfrases para demonstrar compreensão do que falaram.

d)   Habilidade de Perguntar
·         Talvez este seja o seu maior desafio. Fazer perguntas que contribua para a edificação do grupo.

Momento da Edificação - aprendendo a fazer perguntas

Introdução:
Uma conversa eficaz em grupo tem método, estrutura e direção. Embora a conversa tenha direção, ela ainda pode ser informal, porque o líder do grupo vai encorajar todos os membros a raciocinar, refletir, participar e contribuir, e isto através de perguntas.

  1. Tenha um objetivo
    • Depois de rever as anotações do seu estudo feito numa passagem, um objetivo específico deve ser formulado. O objetivo é o que o líder quer que o grupo aprenda ou entenda da passagem. "Se você apontar para nada, você vai atingi-lo, com certeza".
  2. Evite perguntas que podem ser respondidas com um “sim” ou “não”
    • "Jesus morreu na cruz por você?" "Os cristãos devem amar os seus vizinhos?" Estas são perguntas válidas, mas elas exigem pouco pensamento. Ao invés de fazer perguntas de "sim" / "não", um líder efetivo vai desenvolver perguntas as quais fazem o aluno se expressar nas suas próprias palavras. "Por que Jesus morreu na cruz?" "O que significa para um cristão amar o seu vizinho?"
  3. Evite perguntas que vão forçar um membro do grupo a concordar.
    • "Isto está certo, não é, José?" Depois de uma pergunta assim, é muito difícil para o membro do grupo reagir honestamente, especialmente se ele não concorda com o que foi dito.
  4. Faça a pergunta do TIPO certo.
    • Se uma opinião é pedida, todas as respostas devem ser aceitas, porque são as opiniões do aluno. "Qual é a sua passagem bíblica favorita?" Esta é uma pergunta de opinião. Não há uma resposta certa ou errada. "O que Jesus orou na sua oração exemplar em Mateus 6?" Há uma resposta para esta pergunta, e a resposta correta deve ser descoberta pelo grupo.
  5. Faça perguntas que dirijam o grupo para o alvo.
    • Estas perguntas são as mais importantes. Há três etapas de perguntas para usar em relação ao estudo bíblico: Observação, Interpretação e Aplicação (veremos com mais detalhes depois)
                
  6. Dê tempo para as pessoas pensarem.
    • Quando uma pergunta é feita, o líder normalmente já tem a resposta na sua cabeça. Mas os membros do grupo acabaram de ouvir a pergunta pela primeira vez. O líder precisa de disciplina para não responder a sua própria pergunta depois que alguns momentos de silêncio se passaram.
    • Um bom líder vai dar aos membros um pouco de tempo para bolar uma resposta. Talvez os membros entendam mal a pergunta, e assim talvez seja a razão de sua hesitação. Se eles entenderem mal, repita a pergunta numa outra forma.
  7. Aproveite as perguntas que saem de outras.
    • Uma resposta de um membro do grupo talvez apresente uma outra área a qual o líder gostaria de explorar ou permitir que o grupo seja mais profundo no assunto que esteja estudando.
  8. Dirija as perguntas de volta para o grupo.
    • É muito fácil para um grupo se tornar uma sessão de perguntas e respostas, com o grupo fazendo todas as perguntas e o líder providenciando todas as respostas. É bom para o grupo ter perguntas, mas o líder deve guiar o grupo a descobrir algumas das respostas por si mesmo.
  9. Use perguntas de clarificação.
    • Uma pergunta de clarificação convida o aluno a "falar mais" sobre o assunto de hoje. "O que você quer dizer? Você pode nos dar um exemplo? Que mais está envolvido? Você pode ser mais específico?" Todas estas são perguntas de clarificação. Estas perguntas não só revelam mais informação, mas incentivam o indivíduo e o grupo a avaliar mais profundamente e aumentar a sua compreensão do assunto.

domingo, 21 de novembro de 2010

Momento da Edificação - ministrando a palavra de acordo com as necessidades do grupo

O ideal é que o estudo do grupo de edificação seja baseado no sermão que foi pregado no sábado pela manhã; isso ajuda os membros a compreender melhor o texto e a discutirem sobre como colocá-lo em prática em suas vidas. Mas isto, nem sempre será uma realidade.
Existem ainda outros materiais à nossa disposição: como lições para “pequenos grupos”, lições de estudo bíblico, etc. Mas, se o propósito é ter uma reunião que edifique vidas, talvez a realidade da sua igreja, ou até mesmo do seu grupo em especial, seja diferente do material que você tenha em mãos.
Tenho certeza que em algum momento, o seu coração sentira o desejo de ministrar algo mais direcionado para suprir estas necessidades e expectativas do seu grupo em particular. Por isso sugerimos que você comece aprender a fazer as suas próprias lições. Isso também lhe ajudará a compreender melhor os objetivos deste módulo da sua reunião.

O Estudo Bíblico ideal para “Grupos de Edificação”
Tipos diferentes de estudos bíblicos podem ser usados em grupos, mas o mais recomendado para grupo de edificação é o método indutivo. Este tipo de estudo leva os indivíduos a uma experiência relacional mais profunda com Deus e uns com os outros.  O objetivo do estudo indutivo é descobrir (ou rever, se baseado no sermão) o que a Bíblia ensina e como aplicá-lo à vida.

II – Módulos do Estudo de Edificação

Modulo 01 – Abrindo o Coração (1)
·         Mini quebra-gelo, pois essas perguntas incentivam as pessoas a falarem. Há um desejo natural de conhecer e ser conhecido embora haja também um temor natural inerente a essas ações. Abrir o coração consiste em responder perguntas sobre experiências pessoais.
·         São perguntas simples, abertas que permitem às pessoas falarem de si mesmas.  Não há resposta certa ou errada.  Incentivar os membros a falarem de experiências passadas, acontecimentos presentes, esperanças futuras, sentimentos, temores, ansiedades, gostos, desgostos, tristezas e alegrias.
·         O objetivo é abrir o coração.  O risco é a rejeição, mas o maior risco é perder aquele amor e aquela aceitação que todos queremos.
·         É melhor formular essas perguntas de modo que cubram o mesmo tema que o discutido na lição das Escrituras.

Perguntas que levem uma pessoa a abrir o coração vêm de cinco áreas:

a)      Passado – a história pessoal, coisas que são fáceis de contar.
·         Qual foi um momento alto de sua vida? (Mt 17.1-13) 
·         Qual foi seu primeiro emprego e salário?  (Mt 20.1-16) 
·         O que você colecionava quando criança?  (Lc 12.13-21)

b)      Presente – uma pergunta do tipo Onde você está agora?
·         Qual é sua desculpa favorita para se safar de algo? (Lc 14.15-24) 
·         Diga uma coisa que você NUNCA faria por outra pessoa. (Jo 13.1-17)

c)      Futuro – esperanças e sonhos, expectativas, possibilidades e mudanças desejadas.
·         O que você faria para celebrar se você ganhasse muito dinheiro?  (Mt 18.21-35) 
·         Se você estivesse em crise, a que três amigos você procuraria?  (Marcos 14.32-42)

d)      Afirmação – dizer coisas positivas sobre as outras pessoas do grupo.
·         Qual é a virtude que você mais admira na pessoa da esquerda?

e)      Prestação de contas – dividir as responsabilidades da implementação da vida cristã.
·         Como você pôs em prática os votos que você fez a Deus na semana passada?

Módulo 02 – Perguntas de Descoberta (2)

1.    Objetivo: É examinar o texto escolhido e ver o que ele tem a dizer. Perguntas do tipo quem, o quê, quando.
·         O que a passagem lhe diz?
·         A quem se destinava o texto?
·         Onde foi apresentado?
·         Quando aconteceu?

2.    Dicas:
·         É importante saber o que o texto diz antes de tentar entender seu significado. Contudo, não exagere esse tipo de perguntas, especialmente ao perguntar o óbvio. Como Clarence Schilt diz no livro Dynamic Small Groups: “Deveriam ser perguntas fáceis, mas não tão fáceis que insultem a inteligência.” (p.75).
·         Esse tipo de pergunta (de descoberta) ajuda a perceber coisas como repetições, contrastes e comparações e fornecem informações sobre pessoas, lugares e situações. São perguntas de informação. As respostas devem estar no texto. Mas devem ser genéricas o bastante para que ninguém erre.
·         Não use “e” ou “mas” porque você acaba fazendo duas perguntas em vez de uma.

3.    Perguntas sugestivas:
·         Que justificativas a passagem apresenta?
·         O que você deduz acerca da personagem?
·         Que milagres Jesus operou aqui?
·         De onde vêm os dons?
·         Como devemos reagir a esse texto?
Note: As respostas devem estar no texto.
           
Módulo 03 – Perguntas de Interpretação (2)

  1. Outros termos:
·         Perguntas de compreensão, exploração, aprofundamento.
·         O terceiro conjunto de perguntas é uma interpretação do que a passagem significa.

  1. Objetivo:
·         Ajudam a sair das observações gerais para as questões subjacentes e específicas. São perguntas para descobrir princípios.
·         As perguntas de interpretação não apenas dirigem a discussão, mas estimulam respostas pessoais

  1. Dicas:
·         Essas perguntas podem começar com “como,” “explique,” “por que,” etc. Para permitir que as Escrituras falem a nós, dando-nos propósito, definições e posições.

  1. Exemplos sugestivos:
·         O que esta passagem nos fala sobre a natureza de Deus?
·         Por que devemos orar?
·         Como resolver nossas desavenças?
·         Explique as semelhanças e as diferenças entre as duas histórias desta passagem.
·         Por que Pedro ficou surpreso?
            Note: As respostas não precisam estar na passagem.

Módulo 04 – Perguntas de Aplicação (1)

  1. Outros termos:
·         Perguntas de conclusão, reflexão
·         Compreensão, exploração, aprofundamento.

  1. Objetivos:
·         Deus quer operar mudanças em nossa vida e coração, e não meramente nos passar informação.

  1. Dicas:
·         São perguntas mais difíceis de fazer, mas liga o estudo c/a vida prática. Um bom jeito de fazer isso é comparar nossa situação c/a dos personagens ou ouvintes da narrativa.
·         A aplicação pode ser dirigida ao grupo todo ou a cada indivíduo.
·         As perguntas de aplicação não precisam necessariamente esperar até o fim do estudo, mas quando quer que sejam úteis.

  1. Exemplos sugestivos:
·         Como isso é relevante para mim hoje?
·         Qual o significado disso para mim aqui e agora?
·         Que devo fazer com este novo conhecimento?
·         Que aspecto de minha vai mudar por causa deste estudo?

Módulo 05 – Perguntas de Ação (1)

  1. Objetivos:
·         Parecem perguntas de aplicação, mas reqerem prestação de contas a Deus com base nos ensinamentos bíblicos.

  1. Dicas:
·         É preciso cuidado p/não ofender ou melindrar os membros do grupo colocando-os debaixo do holofote. 
·         Não se deve dirigir a pergunta a um indivíduo, mas ao grupo como todo, deixando que um voluntário responda.

  1. Exemplos sugestivos:
·         O que vou fazer com o que acabei de aprender?
·         Que mudanças vão ocorrer em minha vida por causa deste estudo?
·         Como você pretende praticar a gratidão em sua família?
·         Que mudanças você quer realizar em sua vida, começando amanhã?
·         Quem você quer convidar para nossa próxima reunião?
·         O que o nosso grupo pode fazer esta semana p/demonstrar o amor de Deus?

Resumo:
O tempo de atenção à Palavra deve incluir uma ou duas perguntas que levem as pessoas a abrirem o coração, seguidas de três ou quatro perguntas sobre o estudo (perguntas de interpretação ou descoberta), seguidas por uma ou das perguntas de aplicação ou ação em voz alta ou escrita para reflexão. Cinco ou seis perguntas por lição. Perguntas claras, relevantes e provocativas.

III – O que “fazer” e o que “não fazer”

A)    Não usar perguntas de resposta SIM ou NÃO. Essas perguntas interrompem a discussão.
B)     Perguntas curtas funcionam melhor Evite abordagens intelectuais.
C)     Fazer perguntas lógicas e seqüenciais dentro do assunto.
D)    Evitar negativas duplas. Não faz sentido não fazer perguntas que ninguém não entenda?
E)     Não ter medo do silêncio
F)      Perguntas dirigidas ao líder devem ser re-dirigidas para o grupo.
G)    Evitar perguntas compostas. Três perguntas são melhores do que uma pergunta de três partes.
H)    Não usar perguntas com OU, pois limitam a discussão.
I)       Terminar a discussão com aplicação e ação. Conhecimento intelectual não é o bastante.